À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.

09/07/2011

Mais de 200 mil famílias podem ficar sem casa até final deste ano

Cerca de 200 mil famílias podem perder a médio prazo as suas casas. A esta projecção, feita com base nos dados do Banco de Portugal para o primeiro trimestre, há que acrescentar ainda os casos de contribuintes alvo de penhora e execução por parte do fisco ou da Segurança Social, que também podem perder os seus imóveis. Isto porque as medidas impostas pela troika a Portugal exigem maior celeridade por parte da justiça nacional.

Ou seja, os actuais prazos de três e mais anos para a conclusão deste tipo de processos devem descer para menos de um, como acontece noutros países da União Europeia.

O incumprimento no crédito à habitação atinge actualmente 5,5% do total dos cerca de 2,5 milhões de famílias que compraram casa própria recorrendo à banca. Contudo, a esmagadora maioria continua a morar nas habitações, embora não pague, à espera dos processos legais que permitem aos bancos recuperar as casas hipotecadas para as voltarem a vender ou leiloar.

As casas que estão actualmente no mercado, em consequência de incumprimentos bancários, e que têm estado a ser leiloadas ou vendidas directamente por empresas imobiliárias, dizem respeito a processos que datam de há três, quatro ou mais anos. Ou seja, o mercado está actualmente a absorver a crise que teve início no final de 2008 e começou por atingir as classes mais desfavorecidas dos subúrbios das grandes cidades, como Lisboa e Porto.

Sintra, Abrunheira e Massamá são três das localidades da Grande Lisboa que mais têm alimentado os recentes leilões de casas ou venda directa por parte dos bancos ou por empresas por estes subcontratadas para escoarem estes produtos, que deixaram de ser pagos há cerca de três anos.

As classes de menores rendimentos, que deixaram de conseguir pagar os empréstimos das casas à banca desde essa altura, começam agora a ficar realmente sem casa.

Execuções fiscais 
Esta é uma parte da realidade. Existe outra, mais difícil de quantificar, que tem a ver com as dívidas ao fisco e/ou à Segurança Social e a outros credores. Segundo explicou uma fonte da banca ao i, nem todas as casas que vão a hasta pública têm a ver com o incumprimento bancário. No caso das dívidas ao fisco e à Segurança Social, as habitações são penhoradas e leiloadas ao fim de três ou quatro anos, uma vez que as reclamações têm sempre efeito suspensivo.

Mas nestes casos há uma agravante para o detentor do imóvel: se a dívida do contribuinte for de 12 mil euros, por exemplo, o licitante que se apresente a uma hasta pública pode adquiri-la por aquele valor, independentemente de esta valer muito mais. Entretanto, se o contribuinte faltoso tiver recorrido ao crédito bancário, tem de continuar a pagá-lo, independentemente de ter perdido o imóvel.

Esta variedade de situações, que frequentemente se sobrepõem, têm tendência a agravar--se a curto e médio prazo se a justiça começar a actuar mais depressa. Segundo a mesma fonte bancária, "ainda estamos muito longe de termos um quadro real do que está a acontecer por causa da lentidão dos tribunais."

Os anos que actualmente qualquer destes processos demora a chegar ao fim (entrega da casa ao banco por incumprimento ou penhora e execução por dívidas fiscais, à Segurança Social ou ainda a outros credores) faz com que o cenário ainda seja relativamente cor-de-rosa quando comparado com a frieza dos números.

A recente subida da taxa de juro de referência do Banco Central Europeu de 1,25% para 1,5% faz com que uma família com crédito à habitação no montante de 150 mil euros, a amortizar em 30 anos e com um spread médio de 2%, cuja revisão tenha sido efectuada este mês, pagará em Dezembro 712 euros, contra os 694,59 euros actuais.

Mesmo que o ritmo de incumprimento se mantenha idêntico ao do primeiro trimestre, chegaremos ao final de 2011 com pelo menos 200 mil famílias sem conseguirem pagar os empréstimos à habitação. 
 
http://www.ionline.pt/conteudo/135602-mais-200-mil-familias-podem-ficar-sem-casa-ate-final-deste-ano

Milhares de jovens em piquenique contra a precariedade

Milhares de jovens deverão participar este sábado, em Lisboa, num piquenique contra a precariedade que a Interjovem, o Movimento 12 de Março, a Associação de Bolseiros e a Juventude Operária Católica pretendem tornar num espaço de debate e reflexão.
"Tendo em conta os contactos feitos, esperamos milhares de participantes de todo o país, e pretendemos que este encontro seja um espaço de debate e de reflexão sobre os problemas inerentes à precariedade", disse o coordenador da estrutura de jovens da CGTP (Interjovem), Valter Lóios, num encontro informal com jornalistas.
O piquenique contra a precariedade vai decorrer no Parque Eduardo VII ao longo do dia sob o lema "tomemos nas nossas mãos os destinos das nossas vidas".
A manhã será dedicada ao debate, com quatro mesas redondas temáticas organizadas por cada uma das estruturas envolvidas no encontro.
A Interjovem vai debater "a resposta necessária" a dar ao problema da precariedade e contará com a participação do secretário-geral da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, na sua mesa redonda.
Carvalho da Silva participará também, ao início da tarde, num debate geral sobre precariedade.
A Associação de Bolseiros de Investigação Cientifica (ABIC) promove a discussão da alteração do Estatuto do Bolseiro.
Inês Zuber, dirigente da ABIC, disse à agência Lusa que existem cerca de 12 mil bolseiros directos da Fundação para a Ciência e Tecnologia de todas as idades, que estão a fazer doutoramentos e pós-doutoramentos, e muitos mais milhares de bolseiros de outras instituições, que perante a lei não são considerados trabalhadores mas que "produzem muita da produção cientifica do país".
O Movimento 12 de Março (M12M) pretende fazer um balanço dos protestos da chamada "geração à rasca".
João Labincha, do M12M, assegurou à Lusa que o movimento não tem estado parado na luta contra a precariedade depois da manifestação de 12 de Março, tendo já recolhido 10 mil assinaturas, juntamente com outras estruturas contra os recibos verdes, para pedir a discussão e aprovação de uma Lei Contra a Precariedade.
A Juventude Operária Católica (JOC) vai debater a dignidade dos jovens.
Elisabete Silva, coordenadora nacional da JOC, lembrou à Lusa que a precariedade laboral tem sido uma das preocupações desta estrutura laboral católica nos últimos anos por isso aceitou o convite da Interjovem para participar no encontro deste sábado.
O piquenique, que terminará com várias actuações musicais ao longo da tarde, servirá também para o lançamento de uma Carta Aberta contra a precariedade que será posteriormente entregue aos órgãos de comunicação social.
"A unidade que nasce neste encontro não vai terminar aqui", assegurou Valter Lóios acrescentando que o piquenique será "um ponto de partida" para outras lutas contra a precariedade.

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1902681&page=-1

Crise financeira faz disparar taxas de suicídio

Com o desemprego a aumentar e com os salários a recuar, consequências da crise financeira, para muitos o suicídio é a única saída possível. De acordo com os resultados preliminares de estudo hoje publicado, as taxas de suicídio dispararam na Europa desde 2007 a 2009, com os aumentos mais dramáticos a registarem-se em países como a Grécia e a Irlanda.
Em sentido inverso, as mortes nas estradas europeias recuaram no mesmo período, já que muitos dos desempregados passaram a andar a pé ou de transportes públicos.
"Apesar de já estarmos a assistir a sinais de recuperação financeira, o que assistimos agora é a uma crise humana. Existe ainda um grande conjunto de pessoas a sofrer com a crise", afirmou o David Stuckler, sociólogo na Cambridge University, que participou na elaboração do estudo feito a dez países da União Europeia.
O estudo, publicado na revista Lancet, revela que "as consequências imediatas da crise financeira na saúde".
Stuckler afirmou à Reuters que os dados não permitem ainda estimar o número de mortes que estão ligadas à crise, mas que será uma das matérias a ser estudada no futuro.
"Queremos perceber porque é que algumas pessoas, comunidades e sociedades foram totalmente vulneráveis, enquanto que outras foram mais resistentes aos choques económicos", afirmou.
"Mas os dados já permitem perceber que os países mais afectados pela crise financeira, como a Grécia e a Irlanda, tiveram as taxas de suicídio mais altas", acrescentou. No país helénico a subida da taxa foi de 17% e de 13% na Irlanda.

http://www.dinheirovivo.pt/Mercados/Artigo/cieco006524.html;jsessionid=0s4bTYhWShqsvL2CM1CRkzjKrpssysYcsz56GDNyLlcWLKL585hX!-1239464374

Mais de metade dos trabalhadores precários são jovens

Mais de metade dos trabalhadores com vínculo precário em Portugal são jovens, o que corresponde a um total de mais de meio minhão de jovens trabalhadores, apesar destes serem cada vez mais qualificados.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) relativos ao primeiro trimestre deste ano, tratados pelo gabinete de estudos da CGTP, dos 842,9 mil trabalhadores com vínculo não permanente, 511,3 mil têm entre 15 e 34 anos, o que corresponde a 60,7 por cento do total de precários.
A CGTP fez a análise com base nos dados do INE mas estima que o número de trabalhadores precários totalize entre um milhão e 200 mil e um milhão e 400 mil trabalhadores.
Dos trabalhadores em regime de precariedade registados pelo INE, 172,5 mil têm entre 15 e 24 anos e 338,8 mil têm entre 25 e 34 anos.
No total de 3 milhões e 814,3 mil trabalhadores por conta de outrem com vínculo permanente, 300,7 mil têm entre 15 e 24 anos e um milhão e 88,2 mil têm entre 25 e 34 anos.
Mais de metade (57,4 por cento) dos jovens com idade entre os 15 e os 24 anos trabalham em regime de precariedade e 31,1 por cento dos jovens entre os 25 e os 34 estão na mesma situação.
No entanto, os jovens são cada vez mais qualificados: quase metade tem o ensino secundário ou superior.
De acordo com um estudo da Interjovem, desde 1998 a percentagem de jovens com menos de 35 anos que terminou pelo menos o ensino secundário aumentou 60 por cento, o que contribuiu para que atualmente quase metade dos jovens tenham o ensino secundário ou superior como habilitação.
No entanto, cerca de metade dos desempregados são jovens com menos de 35 anos.
A precariedade laboral dos jovens resulta na obtenção de salários mais baixos, ganhando estes cerca de 30 por cento menos que os trabalhadores com vínculo permanente, diz o estudo que caracteriza a situação dos jovens trabalhadores.
A Interjovem, estrutura da CGTP que promove hoje um piquenique contra a precariedade, considera que o desemprego e a precariedade faz com que grande parte dos jovens portugueses não se autonomize das famílias por falta de condições económicas.
De acordo com análise feita por esta estrutura, quase dois terços dos jovens portugueses entre os 18 e os 34 anos vivem em casa dos pais, embora 60 por cento destes trabalhem (metade dos quais com contrato a prazo).

http://noticias.sapo.pt/info/artigo/1166490.html

Loïc Wacquant, Urban Desolation and Symbolic Denigration + Bringing the Penal State Back In +The Making and Unmaking of the Precariat

 videos:

“Urban Desolation and Symbolic Denigration.” Departments of Sociology, Anthropology, Geography, Social work, and Criminology, University of Malmö, Malmö, Sweden, 4 June 2010.

Wacquant om Staden och stigmatiseringen from Malmö University on Vimeo.



“Bringing the Penal State Back In.” The 2009 British Journal of Sociology Lecture (discussant, Nicola Lacey), London School of Economics and Political Science, London, 6 October 2009.

08/07/2011

La construction de la professionnalité éducative

Sociétés et jeunesses en difficulté - n°7 | Printemps 2009
 http://sejed.revues.org/index6026.html

Jeunes face à la violence

Sociétés et jeunesses en difficulté - n°10 | Automne 2010
http://sejed.revues.org/
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