À procura de textos e pretextos, e dos seus contextos.

12/01/2011

FMI

João Paulo Guerra   

O patriotismo, sentimento bastante caído em desuso e que não deve confundir-se com patrioteirismo - que é uma espécie de patriotismo de conveniência -, aconselharia que em Portugal se promovesse o recurso a soluções portuguesas para os problemas do país.
Sem "ajudas" como as do FMI. Aliás, a honestidade intelectual também aconselharia que se explicasse que o FMI não prestará qualquer "ajuda" a Portugal: avançará o empréstimo de milhares de milhões, com altos juros financeiros e políticos, condições asfixiantes para a economia e o bem-estar dos portugueses e humilhantes para a soberania nacional.
Porém, em vez de mobilizar os portugueses para um esforço nacional no sentido de vencer a crise - o que será difícil quando os portugueses são punidos severamente por delinquências cuja culpa morre solteira -, certos dirigentes políticos põem-se antecipadamente a jeito para a penetração do FMI. Uma vergonha. Como se não bastasse a permeabilidade dos "mercados" à especulação e a pressão de ‘Madam' Merkel e de ‘Monsieur, le President', acolitados pelo dr. Barroso, há políticos que andam a estender a passadeira para a chegada do FMI.
A questão é que o FMI em Portugal aplicaria as políticas devastadoras que esses políticos preconizam: despedimentos em massa, cortes salariais e das pensões, liquidação da saúde e da escola públicas. Tudo isto ao longo do tempo necessário para pagar um avanço de 80 mil milhões com altos juros. E como não se prevê que Portugal venha a ter as condições económicas, financeiras e de liderança para antecipar o pagamento da dívida ao FMI e pô-lo na rua, como fez o presidente Lula da Silva, poderá concluir-se que a entrada do FMI em Portugal, agora, significará uma corda na garganta do país por várias gerações.

http://economico.sapo.pt/noticias/fmi_108563.html

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